Por decreto constatado hoje o Algarve deixa de existir a partir deste dia, e por um período nunca inferior a 11 meses. Foi isso que me foi comunicado telefonicamente hoje de manhã por um habitante dos arredores de Faro e por um veraneante em Aljezur. Algarve que foi despojado de todos os seres ditos humanos que durante uns 30 dias devassaram o rectângulo sul da República de Portugal e que já teve designação de Reino dos Algarves - acho que este termo até está mais apropriado pois o Algarve não parece Portugal, em especial no mês de Agosto e na zona litoral - por um lado parece mais um desfile de pretendentes a qualquer minuto de fama, serem vistos nem que seja pela senhora da limpeza do prédio onde vivem, por outro lado parece uma amálgama de almas desajeitadas que gostariam de deambular por outros mares mas que por vicissitudes próprias da Vida tiveram que se contentar - e já não é mau! - com as águas límpidas e quentes de uma das regiões mais características e mais bonitas (hão-de ver o Palácio de Estoi que foi postar daqui a uns dias) de Portugal...
Até hoje só fui ao Algarve por motivos muito fortes, além dos de trabalho, por isso costumo dizer que sou o português que menos vezes foi ao Algarve. Nada tenho contra o Algarve, mas tenho tudo contra, sim, o Algarve em que as pessoas morrem nas praias por incúria de quem de direito, tudo contra uma Nacional 125 sem luzes, sem semáforos e sem traços brancos perceptíveis (e depois chamam-lhe a estrada da morte, que estranho!) e tudo contra um Algarve em que falta muita coisa, começando pelo bom-senso e pelo respeito pelas pessoas... De resto, viva o Algarve... excepto no mês de Agosto! Se eu fosse algarvio decerto tiraria o mês de Agosto para fazer férias no Gerês ou em Bragança!