... e eu sou ouvinte da TSF desde a primeira hora, talvez porque por essa altura estava a entrar verdadeiramente no jornalismo como profissão, talvez porque o João Paulo Baltazar tinha sido meu colega e fez uma reportagem sobre o incêndio do Chiado que ficou como antologia da rádio em Portugal, ou talvez porque o ritmo de noticiários de meia em meia hora (apesar das muitas repetições) demonstrava (e demonstra) uma dinâmica informativa bem diferente de tudo o que se tinha feito até aí. Em especial quando ainda só havia uma televisão e o Telejornal na televisão, por exemplo, era quase todo alinhado no dia anterior.
A rádio acompanhou-me desde muito pequeno: a minha avó paterna tinha um rádio enorme a pilhas (que hoje está comigo) que a acompanhava para todo o lado, em casa dos meus pais havia um rádio a válvulas, mais tarde (quando avariou) substituído por uns radiozinhos de pilhas, onde ouvia muita música e sobretudo os relatos de futebol.
Foi a rádio que me "avisou" da manhã do 25 de Abril: tomando o pequeno-almoço com a minha mãe antes de ir para a escola, estranhei que a rádio (Emissora Nacional - agora Antena 1) só transmitisse marchas militares, interrompidas por comunicados, os quais na altura não percebia bem o alcance.
No princípio dos anos 80, e nos muitos dias em que acompanhei a minha mãe para ela cuidar da minha avó materna, foi uma aparelhagem que me fez companhia. Nessa altura eram "As noites longas do FM Estereo" (do António Santos) e o "Oceano Pacífico", com a vantagem que agora podia gravar cassetes pois o rádio tinha (finalmente) gravador. Ainda hoje tenho essas cassetes todas, em especial as que gravava de rádios espanholas (nas Galveias apanhava-se facilmente excelentes rádios espanholas - ainda hoje trauteio algumas dessas músicas).
Também passei pela rádio, apesar de não ter grande voz para isso: foi na Rádio Pal, de Palmela, no tempo das rádios piratas, e por lá estive de 1986 a 1988, se bem me lembro. E onde me cruzei com alguns daqueles que viriam a ser vultos da rádio, como Paula Santos (embora na altura na Rádio Azul, agora editora da SIC), Ana Marques (animadora da SIC) ou José Milheiro (jornalista da TSF).
Mais tarde conheci pessoalmente grandes nomes da rádio, como António Sala, António Santos, Luís Filipe Barros ou Paulino Coelho. Em casa, e felizmente, onde tenho o computador não tenho TV, por isso é a rádio que está sempre ligada. Neste momento está ligada, claro, acabaram os relatos de futebol e a TSF faz 28 anos. Mas nem seriam precisos esses acontecimentos para ela estar ligada. Para mim, todos os dias são DIAS DA RÁDIO.
1 comentário:
Este é um post interessante e eu não oiço tanta rádio como gostaria.
A tendência das pessoas, no geral é cada vez mais ouvir música pelos Iphones e outros que tais...
EU ainda gosto de ouvir rádio num aparelho de rádio, a sério.
mas cada um é livre de ouvir o que quiser e da forma que lhe der mais jeito...
Por acaso, hoje na aula de Inglês a Professora levou o seu portátil e estivemos a ouvir uma música de Bryan Adams para encaixar na letra, as palavras que faltavam, foi um momento interessante e divertido.
OBRIGADO pela visita ao meu blog e pelo simpático comentário deixado.
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