quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O que mais me admira é haver tão poucas mães a suicidarem-se com os filhos...















Mães que se matam com os filhos ou que matam os filhos começam a ser casos cada vez mais frequentes. Dantes noutros países, agora também em Portugal. E com estas tragédias surge um vasto campo para determinadas pessoas - algumas com muitas responsabilidades nestas coisas - debitarem palavreado e encenarem cenários, passe o pleonasmo...

Longe de ser psicólogo, é bom de notar que muitas mães conservam com os filhos o cordão umbilical que os ligava. Talvez por isso as mães que se suicidam com os filhos não sejam assim tão criminosas como a sociedade e a comunidade rapidamente as acusam. 

Não há muitas notícias de pais que se suicidem com os filhos. Um pai não tem culpa de não ter um cordão umbilical mas pode ter outros cordões... e muitas vezes deveria tê-los, até porque se os tivesse provavelmente não aconteceriam estas tragédias de mães suicidas.

Onde há uma mãe, há um pai, e lá por vivermos numa sociedade machista, e neste caso concreto, não se deve ilibar alguém que apesar de estar ausente do crime pode ter responsabilidade moral.

As relações entre as pessoas não são o que eram até há poucas décadas. Muito menos nas cidades grandes. As pessoas perderam a identidade familiar e de comunidade. É uma expressão comum dizer isso, eu sei, mas é verdade. E sem o elo familiar e comunitário, as pessoas acabam por fragilizar e ligar-se a outras pessoas que se revelam (por vezes depressa demais) que não são as melhores companhias. E tudo se agrava quando as relações erradas produzem seres que não têm culpa nenhuma de serem depositados no centro de questiúnculas de irremediável resolução.

Estranho é sentir que determinadas causas provocam invariavelmente determinados efeitos. E quem já não se apercebeu que na presença de uma relação entre duas pessoas há algo ali que não funciona... ou que não vai funcionar por muito tempo. E o tempo acaba por dar razão: às vezes com ligeireza, mas a maior parte das vezes com violência, a qual pode chegar aos extremos que cada vez são mais frequentes na comunicação social, e, infelizmente, na vida das pessoas...

... por isso nisto tudo, o que mais me admira é haver tão poucas mães a suicidarem-se com os filhos...

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