O meu avô materno faria hoje anos. Nem sei bem quantos! Muitos! Pouco tenho falado dele nos blogues mas este ano tem que figurar aqui (em cima com a minha avó, em baixo comigo e a minha irmã mais velha nos anos 70).
Dele lembro-me sobretudo do cigarrinho permanentemente ao canto da boca (geralmente apagado) e das histórias, sim, das histórias, o meu avô Anastácio era um contador de histórias nato! Capaz de prender uma plateia inteira. E um tocador de concertina de primeira linha: foi ele que organizou os ranchos e as contradanças quando a luz foi inaugurada nas Galveias, no fim dos anos 40 do século XX. Várias décadas depois, ainda fez uma réplica dessas contradanças, desta vez com os netos.
E dizia ele que o Algarve (era um alentejano que tinha feito a tropa em Tavira) é que dava gosto ao mundo, por causa do sal!
Ainda temos muitas árvores na família que foram enxertadas pelo avô Anastácio, em especial limoeiros que produzem o ano inteiro. Teve um vale durante muitos anos, tão bem organizado, e florido que as pessoas da cidade paravam e tiravam fotografias com as máquinas da altura. Durante a II Guerra Mundial foi esse vale que impediu que os filhos e os sobrinhos passassem fome.