quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

CALORZINHO E GATOS SEMPRE SE DERAM BEM...
















"Oi, eu sei que a electricidade está caríssima, mas não me vais desligar o aquecedor, pois não?"

O DISCURSO QUE EU OUVI A PASSOS COELHO:

Lixados concidadãos, apesar das avarias que atingiram algumas televisões e rádios, que não puderam transmitir a minha apresentação de votos de bom Natal em directo, e de ouvir dizer que houve um apagão um pouco por todo o país, não quero deixar de vos transmitir as minhas percepções para o próximo ano de 2013: pois bem, como já adivinharam, vocês, portugueses da classe média, pensionistas e reformados, funcionários públicos, professores, desempregados e afins, se estão tramados, mais tramados vão ficar, e muitos de vocês não vão sequer chegar ao fim de 2013 porque se vão suicidar, quando virem que já não têm dinheiro para pagar os empréstimos das casas, o IMI, a escola dos filhos ou a saúde. Mas, se optarem por essa nobre atitude, pensem só naquilo que vão contribuir para os vossos concidadãos: deixarão de receber subsídio de desemprego ou pensão e assim outros irão ser beneficiados.
Quero aqui reforçar que eu nada posso fazer para alterar este estado de coisas, porque estou mandatado pela sra Merkel para destruir todos os nichos da economia portuguesa que ainda se mexam, estou mandatado para acabar com a classe média e não posso desiludir quem nos emprestou dinheiro a mais de 7%. 
Por outro lado, estou confiante no futuro, porque o ministro Relvas está a aconselhar-me da melhor maneira e eu idolatro-o: o ministro Relvas para mim é um anjo da guarda que eu sigo com todo o fervor, e sei que nos conduzirá pelo melhor caminho, aquele onde os meus amigos e os amigos dele vão ficar bem da vida, vão ser dispensados de pagaram os juros dos empréstimos que pediram ao BPN e poderão por lá fora em off-shores todo o dinheiro sujo que obtiveram em Portugal. Mais posso adiantar que o meu governo tem trabalhado muito bem nesse sentido, e sinto anunciar que vou precisar de ir rapinar mais fundo mais algumas reformas e pensões para poder sustentar o banco onde até o nosso presidente da república tem as suas economias.
Estão assim lançadas as bases para um futuro próspero... não o vosso futuro, lamento, mas o meu futuro e o dos membros do meu governo, Paulo Portas incluindo, embora me custe um pouco dizer isto.
Posso mesmo afirmar que ninguém será deixado para trás... ninguém dos meus amigos, ministros e afins do meu governo e outros capangas que me têm apoiado. Tenho dito. Até para o ano... àqueles que ainda cá estiverem, que não tiverem tido tomates para emigrar ou que entretanto não tenham morrido de fome, de frio ou por falta de assistência médica. Os sacrifícios são para vocês e as oportunidades para nós!

PPC - Peter Pan C....

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

DEPOIS DE VER ESTA REPORTAGEM, QUE VENHA O FIM DO MUNDO E ACABE COM A HUMANIDADE


















Nos países árabes mais ricos - como os Emirados Árabes Unidos, Koweit ou Dubai - um dos 'desportos' mais populares são as corridas de camelos... onde os jockeys são crianças com idades a partir dos 5 anos, compradas ou roubadas em países como o Paquistão, Índia ou Bangla Desh, crianças que são mantidas em completa escravatura, são injectadas para não crescerem, alimentam-se de duas bolachas por dia, e muitas vezes morrem esmagadas pelos camelos que montam...




















Os verdadeiros camelos são os senhores do petróleo, que não sabem o que fazer ao dinheiro, e utilizam as crianças como escravas manipuladas num crime que eu considero contra a humanidade...

... humanidade esta que, para mim, pode mesmo acabar já no dia 21 de Dezembro: é que depois de ver este documentário, acho que chegou mesmo a hora do Planeta Terra se ver livre desta escumalha que são os humanóides!!!


domingo, 16 de dezembro de 2012

QUOTIDIANOS A PRETO E BRANCO




Porque o mundo é a cores
mas as vidas tantas vezes
a preto e branco, cinzentas
do tom do mar das tormentas
onde os sons são rumores
pintados em duas telas
desfocada uma delas
e a outra em fundo mate
fingindo ser escarlate
porque o mundo é a cores
mas mesmo o arco-íris
não sendo mais que ilusão
faz que o busílis da questão
sejam sempre os (des)amores!





sábado, 1 de dezembro de 2012

QUANDO VÉNUS E A LUA ESTÃO SEPARADAS POR ALGUNS CENTÍMETROS...























QUE A LUA CHEIA NOS ABENÇOE... MAI-LA PRESENÇA DE VÉNUS... PORQUE SE ISTO NÃO LEVA UMA VOLTA, EM BREVE NEM CAMISA PARA... VESTIR TEREMOS!

OU SERÁ QUE EM BREVE NOS VÉNUS-EMOS?

terça-feira, 30 de outubro de 2012

HOJE É UM DOS 365 DIAS DO ANO DE PREVENÇÃO DO CANCRO DA MAMA...

















... e nem é obrigatório que o telemóvel seja cor-de-rosa!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"ACRESCENTA-ME UM PONTO"



Uma das curiosidades que aprecio na blogosfera é o espírito que une os bloguistas. Entre leituras, imagens ou desafios, acabamos por ir desembocar em bloguistas que não conhecíamos, ideias que nos prendem, iniciativas que nos fazem sentir integrados num espírito que tem tanto de delicioso como de curioso: o da partilha.
Foi a Filoxera do blog Escrito a Quente quem me chamou a integrar este desafio, denominado Acrescenta-se um ponto, e que passo a explicar e dar seguimento:
1 - O texto, constituído por vinte parágrafos, terá início no blogue "O Sabor da Palavra" (http://osabordapalavra.blogspot.com), segundo o seu autor Gonçalo Cardoso.
2 - Cada bloguista terá direito a um parágrafo do texto com o máximo de cinco linhas. Não é taxativo, tanto pode ser mais ou menos, mas sem exageros.
3 - Após a realização do parágrafo respectivo, cada bloguista terá que selecionar outro bloguista que cumpra a continuidade do texto, segundo as regras mencionadas.
4 - Cada bloguista terá o limite máximo de três dias para realização do parágrafo, estando sujeito a desclassificação da rubrica e seleção de novo bloguista por parte do seu autor.
5 - Cada bloguista assinará o seu nome e respectivo blogue na lista dos participantes.
6 - O último participante ou autor do vigésimo parágrafo, finalizará o texto e partilhará com o autor do blogue "O Sabor da Palavra" para a sua divulgação no blogue inicial.
7 - Sejam criativos.
Lista de Participantes:
1 - Gonçalo Cardoso (O Sabor da Palavra)
2 - Buxexinhas (Pedacinhos de mim...)
3 - Karochinha (O Meu Eu)
4 - A Minha Essência (Roupa Prática)
5 - Olívia Palito (Olívia Palito no País das Maravilhas)
6 - L'Enfant Terrible (L'Enfant Terrible Lx)
7 - Utena (Os meus idealismos)
8 - Alexandra Martinho (Ouso Escrever)
9 - AC ( nadadecoisanenhuma)
10 - Poppy (Apontamentos de Luz)
11 - Briseis (do meu pedestal)
12 - Teté (Quiproquó)
13 - Vitor (PreDatado)
14 - Rogério Pereira (Conversa Avinagrada)
15 – Lídia Borges (Searas de Versos )
16 - Maria João Martins ( Pequenos Detalhes )
17 - Filoxera (Escrito a Quente)
18 - Alex (O Meu Sofá Amarelo)
19 - Marta Vinhais (Com Amor)
20 -
Passo este desafio à Marta Vinhais do blog Com Amor



E começa assim:
"Já tinha dobrado as duas da manhã. Estava a sair da emissão de rádio, incomodado com um ouvinte que alegava a minha falta de isenção jornalística. Segundo ele, apenas dava voz aos ouvintes do sexo feminino e os temas escolhidos revelavam uma tremenda homofobia. Estapafúrdio, dizia para mim! Mas para o exterior resolvi o problema com a introdução de uma música de intervenção social. E assim fechei o programa. Peguei na mala, desci as escadas em direcção ao parque subterrâneo e ao chegar junto do carro encontrei um segredo envenenado..."
“No seu vestido vermelho delineado na pele, ela olhava-me intensamente recostada no capô do meu carro, como um lince que espera a sua presa. Por momentos o meu coração parou de bater. ‘Voltou…’, pensei angustiantemente. Fantasmas do passado e segredos escondidos no recanto mais negro do meu ser… Renascidos da minha cinza. Em passos lentos, dirigi-me a ela. As palavras silenciosas do seu olhar disseram-me para onde ela me levaria. Entrámos no carro seguindo para o local temido…”
 
"...por ambos. Aquela falésia onde, alguns anos antes, a tragédia se abatera sobre as suas vidas alterou os seus futuros para sempre. E todos os anos, no mesmo dia, encontravam-se antes do amanhecer, naquela pedaço de rocha que se erguia sobre o mar, numa esperança vã de expiarem os seus pecados mais profundos. Chegados ao local, saíram do carro e mais uma vez, as suas mãos encontraram-se e uniram-se, os seus corpos aproximaram-se e ela disse-lhe:"
"... Com a voz tremida, sussurrada, gélida, com a postura hirta e consciente do momento, Amanda começa a debitar desenfreadamente como tudo aconteceu, naquela fatídica noite... ... "Não tive culpa! Não tive! Acredita em mim, por favor! Foi um acidente. Foi ele que escorregou da falésia, ele!" - Sedutora mas ao mesmo tempo frágil, ela sabia exactamente como emaranhar um homem na sua teia. Sabia exactamente a palavra certa a ser usada, o gesto proveniente, o olhar mais assertivo para a ocasião. Manhosa, laça-o num envolvente abraço onde o choro compulsivo é o senhor do momento. Entre soluços mas, com uma voz doce, repete incessantemente, "não fui eu! Não fui eu!" - Com o rosto apoiado no peito de Edmundo, via-se claramente o sorriso dissimulado que fazia. Ele, estava completamente rendido à fragilidade dela mas, ao contrário do que ela pensava, que o tinha nas suas mãos, Edmundo, também tinha algo a dizer..."
 
"... acerca daquela fatídica noite. Edmundo fixou o olhar na falésia e ficou em silêncio por alguns segundos, enquanto os braços de Amanda o envolviam. De repente, ficou tudo absolutamente claro na cabeça de Edmundo, as peças do puzzle mental começavam a encaixar-se na perfeição. Lembrou-se da conversa off record que tivera com o inspector da polícia acerca do relatório da autópsia de Fred. Segundo o mesmo relatório, Fred havia ingerido uma dose substancial de whisky, confirmando assim o álibi de Amanda, de que Fred se desequilibrara e caíra daquela falésia. Porém, fez-se luz e um pormenor fulcral escapara a ambos: ao inspector da polícia e a Amanda, mas não a Edmundo..."
"...isto porque Fred não bebia whisky, sofria de doença celíaca, de modo que tudo o que contivesse glúten, o que incluía bebidas feitas de malte, não lhe passavam pela garganta. Por outro lado a revelação Fred fizera a Edmundo um dia antes da tragédia era de todo desconcertante, tanto mais que de dizia respeito aos três, sendo que conteúdo da mesma tivera desde então um profundo impacto em Edmundo, ao ponto de o mesmo perder parte da sua imparcialidade jornalística. Ainda assim, envolto no choro soluçado de Amanda, Edmundo era incapaz de proferir uma palavra, de partilhar com ela o que pensava porque havia mais um elemento em jogo, uma dúvida perene que o levava a sentir-se tal como o mar revolto e sem definição que vislumbrava no horizonte..."
 
“Não querendo mas ao mesmo tempo sem conseguir parar a maré das lembranças chegou-lhe à memória aquela noite que hoje lhe dava o conhecimento do facto de Fred não beber whisky. Fred confessou-lhe num ousado momento de coragem que se sentia atraído por Edmundo e que isso o deixava sem saber como agir pois nunca tinha sentido isso por homem nenhum já que sempre fora um mulherengo por natureza! A convivência dos dois, muito por culpa de Amanda, o lamber das feridas causadas por esta mulher de escrúpulos nulos tinha feito com que os sentimentos florescessem em dois homens que mesmo nada indicando que assim fosse os levou a sentir o que para ambos deveria ser tabu. Edmundo voltou a realidade com um soluço mais audível de Amanda e quando à olhava no profundo dos seus olhos verdes deu-se conta…”
 
"...deu-se conta do quanto aquela mulher já havia sofrido. Fred horas antes de falecer havia contado a Edmundo que Amanda aos 20 anos se havia submetido a uma cirurgia de retribuição sexual. Sim, Amanda fora um menino em outros tempos, mas hoje era aquilo a que Fred e Edmundo chamavam de tentação. Edmundo olhava-a e um misto de sentimentos lhe assolavam a mente, perdera alguém que lhe era muito próximo, um amigo, mas também, um silencioso admirador. E ali, diante de seus olhos estava a mulher indefesa e esbelta que soluçava e por quem ele era estupidamente apaixonado, mas que carregava tão pesado segredo. Segredo esse que toda a sociedade condenava e condena. Edmundo perturbado necessita voltar, ir ao encontro do seu pedaço de chão para meditar e montar todo aquele puzzle confuso. Suplicou-lhe - "Amanda, necessito ir, vamos?". Amanda para ele olhou, com olhar fugaz, e disse..."
 
"...És um homem cruel senão me aceitas como sou. E se assim for sem dúvida que não me mereces.Sou especial, sou única e estou disponível para te amar, com tudo o que tenho para te oferecer, mas jamais partilharia a minha vida ou o meu corpo, com quem olhasse para mim com desprezo ou nojo. Sendo assim cuida-te, olha para ti, observa-te com atenção e vais reparar em todos os teus defeitos... por agora vou apenas embrulhar-me no teu casaco sentir o teu cheiro e o teu calor que são presença nele e esperar que tu abras os olhos e possas ver para além do físico, do estereotipo e do preconceito a mulher que hoje eu sou...estou aqui, estarei sempre aqui para ti... de braços abertos...anda, decide-te não tenho o tempo todo..."
 
"... Mas na cabeça de Edmundo cada vez mais as dúvidas e as desconfianças se instalaram. Havia demasiadas incongruências em torno daquela noite e um relatório conivente com o que Amanda lhe dizia mas contrário ao que conhecia de Fred, este jamais poderia ter bebido Whisky naquela noite. Não estavam em causa os desejos que nutria por aquela mulher, não se colocava em questão as mudanças de sexo, o que lhe assolapava as ideias era tão somente o que teria sido capaz de fazer aquela mulher de escrúpulos nulos, de vermelho vestida se soubesse do que acontecera entre eles, não foi capaz de lhe dizer mais nada. Levou-a a casa e naquele momento só uma coisa lhe ocorria, tinha de estar com o inspector responsável pela investigação..."
 
"O encontro perturbador, aliado ao adiantado da hora, tinha um efeito nefasto sobre a sua lucidez. Conduzia como um autómato, a cabeça longe, muito longe da estrada por onde os olhos passavam. Era de noite, ainda. Para não enlouquecer durante as longas horas que antecediam a manhã e a sua oportunidade de falar com o inspector, foi para casa, tomou um banho tão quente quanto conseguiu tolerar e, ainda com o cabelo a pingar água e a pele a fumegar vapor, sentou-se a escrever a sua versão dos factos, a sua memória dos acontecimentos, caso algo lhe acontecesse... Escreveu tudo, longamente, e concluiu com a revelação do facto mais bem guardado:"
 
"Fred confessara-lhe o ciúme que sentia de Amanda! Sem nunca lhe ter revelado, adivinhara a paixão e o desejo que transpareciam nos seus olhos quando ela aparecia em cena, naquele misto de sedução e de fragilidade que tanto o cativavam. Parou de escrever. E se...? Não, não era possível, que o amigo chegasse tão longe... Ele andava perturbado - os credores avolumavam-se à sua porta! - mas suicidar-se?!? Deixando no ar a suspeita de Amanda ser a culpada pela sua morte?!? Mas porquê aquelas revelações súbitas e inesperadas, poucas horas antes daquela fatídica noite? Era um plano macabro demais para ser verdade..."
"Levantou-se, abriu as janelas de par em par e, debruçado sobre o parapeito, olhou as estrelas. Voltou para dentro apenas o tempo suficiente para apagar a luz. Não havia luar e assim o céu ficava mais bonito. Acendeu um cigarro, deu-lhe duas baforadas e voltou a contemplar as estrelas. Com Amanda e Fred na cabeça, ia falando consigo próprio. Aos poucos foi-se descontraindo no fumo do cigarro, na tentativa de ainda se lembrar do nome das constelações. Aquela é a Ursa Menor, aquela a Cassiopeia, aquela o Cão Maior. Raios! Porque não se lembrou antes disso? Fez um telefonema para Irina. Ela costumava ficar com o cão de Fred quando este se ausentava."
 
"A visita a casa de Irina foi demorada e difícil para ambos. A conversa parecia não ter nexo, com Irina a tentar explicar o inexplicável de aquela carta de Fred só passados três anos aparecer. Irina estendera-lha com mãos nervosas e foi com mãos nervosas que a Armando a recebera. Despediram-se com o luto nos olhos e sem uma palavra. Na rua e, depois, pelo caminho leu e releu o texto do sobrescrito cuja letra lhe era familiar. Em casa, levou um tempo tremendo até vencer o medo e abrir a carta que lhe era dirigida: Meu querido amigo, quando leres estas linhas já terei partido. Não vos julgo nem culpo. E a haver culpados culpo a indignidade que me foi dada por uma vida que já não merece ser vivida. Não há uma só situação a explicar este meu acto, que muitos considerarão tresloucado. Foi tudo. Foi a minha incapacidade de vos amar. Foi a minha confusa sexualidade. Foram as dívidas acumuladas. Foi o desemprego e a incapacidade de encontrar alternativas. Foi a minha marginalização no partido. Foi tudo isso e ainda..."
" Fez uma pausa na leitura para macerar uma lágrima teimosa e acalmar o lamento que se contorcia no seu coração, agora que a tese do suicídio lhe parecia ganhar consistência.
Pobre Fred! – pensava - Como fora possível ter chegado a tal estado de desespero sem que ele, seu amigo íntimo, se tivesse apercebido? O mundo está inquinado de indiferença. O mundo, o mundo... Mas que mundo? As pessoas são o mundo, o mundo é as pessoas e, cada uma delas, um fragmento fraco de um todo forte, mas incompreensivelmente ignorado.
Edmundo deixou cair os olhos húmidos sobre a folha de papel que lhe ficara esquecida nas mãos e continuou a ler:
Foi tudo isso e ainda alguma coisa inominável e paralisante. Algo que não me permite lutar contra o medo. O medo da solidão, o medo de ver, de vislumbrar mais uma manhã sem esperança nem projectos…
O longo e estridente “trimmmm” da campainha que subitamente encheu a casa, fê-lo estremecer. Pousou a carta na estante, entre os livros e dirigiu-se para a porta sem disfarçar um gesto de desagrado. "
 
"Ao abrir a porta não conseguiu disfarçar o espanto. “ O Senhor aqui, Inspector Madureira?” - O inspector reparou no semblante cansado e transtornado daquele homem que lhe franqueava a entrada. “ Bom dia, Edmundo! Não se assuste, estou aqui no seguimento da investigação da morte de Fred Campos, ou melhor, do homicídio do seu amigo. Temos razões para acreditar que o senhor, neste momento, corre risco de vida.” – Edmundo sentiu-se perdido no meio de tantas dúvidas e revelações. Tudo lhe parecia cada vez mais confuso e surreal. “ Não, não, inspector! Fred suicidou-se. Tenho aqui a carta que o comprova” – e dito isto, foi buscar a carta que tinha pousado na estante e que não acabara de ler. Madureira agarrou nela com curiosidade e leu-a demoradamente. “ Onde estava esta carta?” – perguntou. Edmundo explicou-lhe como Irina a tinha encontrado, só agora, deixada por Fred dentro de um livro que ela lhe havia emprestado. “ Está a ver, Fred queria suicidar-se...” “ Pois queria..."- anuiu o inspector. "... mas temo que isso não tenha chegado a acontecer, meu amigo. Há detalhes da investigação que você desconhece e esta carta pode explicar muita coisa. Venha comigo até à judiciária, vou precisar de si !"
 
A viagem decorreu entre pensamentos elípticos. Por muito que a memória desse voltas e mais voltas, estas iam sempre ter a duas questões: o ciúme de Fred em relação a Edmundo e Amanda e a carta de suicídio. Ou não?... Se há um momento na vida em que nos censuramos a nós mesmos, o de Edmundo foi esse preciso momento em que se deu conta que, por muito afeto que nutrisse por Fred, por muita intimidade que tenham partilhado, Edmundo não conseguia lembrar-se da caligrafia de Fred ou, sequer, se alguma vez a conhecera. Como era possível prezar alguém da forma que ele prezara Fred, que fazia com que um pouco de si tivesse morrido com ele, e não saber, sequer, se alguma vez conhecera a sua letra? Rapidamente teve de voltar ao presente, pois o velho Peugeot 306 acabava o seu percurso, junto às instalações da Judiciária.

... E nas instalações da Judiciária, Edmundo foi confrontado com uma cópia da carta de 'suicídio' de Fred. Aliás, com várias cópias. Era preciso descortinar qual era a original, mas isso era fácil para os analistas da Judiciária: rapidamente chegaram à conclusão que a carta tinha sido escrita por... Edmundo! Mas, se a carta estava de posse de Edmundo, como teria sido possível multiplicar-se de tal maneira que apareceu nas mãos de várias pessoas ligadas ao processo? Quem era afinal o assassino? Teria sido mesmo suicídio e Fred ter-se-ia preocupado em 'despistar' o seu próprio suicídio enviando cartas iguais para várias pessoas? O drama adensava-se quando....

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O PENSADOR...


O PENSADOR

Pensa que pensa
e volta a pensar,
pela minha experiência
pensar é penar,
por isso não penses
e deixa fluir
porque se pensares
não chegas a ir
e quando acordares
não sabes sorrir!

Pensa que pensa
e volta a pensar
segue a minha crença
e deixa-te andar,
o que for há-de ser
e muitas vezes melhor,
se não pensares vais ver
que vais encontrar
um grande, grande... Amor!


terça-feira, 9 de outubro de 2012

A GAIVOTA FOTOGÉNICA














"Não achas que sou mais fotogénica que o barco?"

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

RTP (TELEVISÃO PÚBLICA) "COMEMORA" DIA DOS ANIMAIS COM TOURADA EM DIRECTO!



Triste ideia a de agendar uma tourada para o DIA DOS ANIMAIS.

E ainda por cima vindo de uma televisão que se diz pública.

Por isso mudei de ideias: 
PRIVATIZE-SE a RTP! JÁ!


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

CANÇÕES DA MINHA VIDA ... PORQUE É DIA DA MÚSICA... E QUE NÃO FOSSE!

Inglesa - My Way - Frank Sinatra

http://www.youtube.com/watch?v=egY8rUpxqcE


Francesa - Chez Moi - Serge Lama

http://www.youtube.com/watch?v=n7Rd370hhXo


Italiana - Per Lucia - Riccardo Fogli

http://www.youtube.com/watch?v=eQQEbpLJOt8


Espanhola - Eres tu - Mocedades

http://www.youtube.com/watch?v=FfX-KSbfIz0


Brasileira - Distância (ou todas) - Roberto Carlos

http://www.youtube.com/watch?v=QGpa-qr2ty0


Portuguesa - Companheira - Pedro Barroso

http://www.youtube.com/watch?v=nSv9HcntgFc


Portuguesa - Ana II - Vitorino

http://www.youtube.com/watch?v=jCAiRKoFimk


Portuguesa - Nocturno - Carlos Mendes

http://www.youtube.com/watch?v=drm7Ik-EyOY


Portuguesa - Cavalo à Solta - Fernando Tordo

http://www.youtube.com/watch?v=KCGhjRFvzlo


Portuguesa - Sozinho - Táxi

http://www.youtube.com/watch?v=wUJIAEtU9oU


Portuguesa - Flor Sem Tempo - Paulo de Carvalho

http://www.youtube.com/watch?v=4kWs0MOKmd0


Portuguesa - Sem Razão (e todas) - Amália

http://www.youtube.com/watch?v=lx92Yb2UV7Y

DIA DA MÚSICA E DA ÁGUA... PARA QUE NENHUMA DELAS NOS FALTE!



















Porque 'há sempre música entre nós...'



















... que não falte a água também!


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

PORQUE A CHUVA TEM MÚSICA...









Porque a chuva tem contornos
que contornam as formas
em forma de adornos
Porque a chuva tem desenhos
que desenham as formas
de diferentes tamanhos
Porque a chuva tem reflexos
que reflectem matizes
em traços complexos

riscos de aprendizes
Porque a chuva traz desejos
em pingos sem nexos
que escorrem p'la vida
em frenéticos gotejos
Porque a chuva tem música
que só pode ser definida
em contínuos solfejos!








sábado, 22 de setembro de 2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

PORTAS ESTAVA A LÉGUAS DE SABER DAS ALTERAÇÕES DA TSU

Ao Meu Sofá Amarelo chegou por portas travessas que Paulo Portas estava a léguas de saber o que se cozinhava no Governo em relação à tão propalada nos últimos dias TSU - Taxa Social Única. O seu discurso uns dias mais tarde acabaria por ser o resultado de uma combinação entre os principais protagonistas, para justificar da 'melhor maneira' a falta de comunicação no interior do Governo.
Até Vítor Gaspar estava um bocado a leste, sabia de rumores mas nada lhe tinha passado pelas mãos. O ministro das finanças só ficou mesmo a saber o concreto da proposta quando a ouviu da boca do Primeiro-Ministro (PM). A maior parte dos restantes ministros, então, mais do que a leste, estava completamente fora.
E segundo consta, o valor da TSU oscilava entre 15 e 20%. A intenção principal era equiparar os descontos dos trabalhadores com os das entidades patronais. PM e outro ministro acordaram a taxa em 17,5%, que dava um aumento de 6,5% para os trabalhadores e uma descida de 6,75% para os patrões, o valor mais idêntico entre subidas e descidas. 
O valor de 18% que consta da versão final foi ultimado já o PM começara o seu discurso: alguém fez sinal ao PM com os dedos das mãos que a taxa afinal era de 18%, por isso o facto de Passos Coelho não ter apresentado números do deve e haver no seu discurso, porque não estavam feitos, e fazê-los de cabeça perante o directo das televisões poderia dar azo àquilo que se tinha passado com um seu antecessor há alguns anos!
O objectivo principal de tão rápida decisão de aumentar a TSU aos trabalhadores foi como um gesto para agradar à Troika o mais rapidamente possível, depois de Portugal ter passado no 5º exame. Um presente ao jeito daquele que as mães de alguns alunos davam aos professores primários quando estes passavam os filhos para a classe seguinte. Só que nessa altura os presentes eram ovos, couves, alfaces, fruta... bom, para dizer a verdade, agora alguns dos presentes para os políticos também são ovos, tomates, fruta...

sábado, 15 de setembro de 2012

terça-feira, 11 de setembro de 2012

AMANHÃ É SEMPRE LONGE DEMAIS...

















... por isso o melhor é viver o HOJE

(Amanhã é sempre longe demais - Rádio Macau)

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

«MAS COMO É QUE OS PORTUGUESES VÃO CONSEGUIR VIVER COM ESTA AUSTERIDADE?»























... é loira mas não é burra...

ANGÚSTIA PARA O JANTAR... HOJE ÀS 19.15 h



Num exclusivo, O Meu Sofá Amarelo está em situação de poder divulgar algumas das medidas de austeridade que o PM (PPC) vai anunciar mais logo às 19.15 h (quando boa parte do país estiver na Festa do Avante e outros no aquecimento para o Luxemburgo-Portugal às 19.45 h). Eis algumas dessas medidas:

- eliminação física de 10% dos reformados (em especial os que ganham menos, porque os que ganham mais têm guarda-costas!)

- eliminação física de 15% dos desempregados que ainda recebem subsídio, o que terá várias vantagens para o Governo: melhoria das estatísticas e menor reembolso.

- eliminação física dos professores 'a mais', embora aqui o próprio ministro também corra alguns riscos, porque o primeiro que está a mais é ele próprio, todos os outros professores fazem falta, e mais houvessem...

Finalmente, o Governo vai anunciar uma nova secretaria de estado: a Secretaria de Estado dos Mortos-Vivos, para gerir estatísticas e dar, não vida aos mortos, mas morte aos vivos, aos que sobreviverem!)

Vão ver se não vai ser assim... ou pior! Ah, mas já agora que ganhe Portugal e que Cristiano Ronaldo marque golos, o resto que se lixe, não hão-de faltar aos portugueses pedras e água para fazer uma sopa de... pedra!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

EU AGRADEÇO A UM PROFESSOR... NESTE CASO A ADRIANO MOREIRA, QUE FAZ HOJE 90 ANOS


Adriano Moreira foi um dos professores que mais me marcou, em especial nas aulas de Ciência Política, logo no 1º ano do curso, se não me engano. Com 2 ou 3 anos de antecedência (talvez em 1988-89), ele 'previu' a queda do império soviético, o que na altura motivou riso generalizado.

De resto, as aulas eram todas elas uma dádiva, não tínhamos que aprender mas sim absorver aquilo que o Mestre dizia. 

Obrigado, Professor Adriano Moreira



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

FREDDIE MERCURY: HÁ QUEM VIVA PARA SEMPRE



(para ouvir, colocar na pausa a música do blog - lado direito)

GUARDO SEMPRE OS REFLEXOS DE CADA FIM DE TARDE...












Guardo os reflexos
de cada fim de tarde

que se projectam no Rio
quando o Sol arde
e incendeia o pavio
que invade o vazio

sem fazer alarde!

Porque guardo sempre
os reflexos...
de cada fim de tarde!



terça-feira, 4 de setembro de 2012

TROIKA BASEIA AVALIAÇÃO NA AFLUÊNCIA AOS FESTIVAIS DE VERÃO...

















... E AO ESTILO DE VIDA QUE PORTUGUESES CONTINUAM A MANTER!

Os parceiros sociais ficaram desiludidíssimos com a reunião que tiveram ontem com a Troika. Quando políticos da oposição, comentadores televisivos e afins, e até membros do governo apregoavam que a Troika desta vez ia ser meiga para com Portugal na sua mais recente avaliação do estado da nação, eis que o governo leva um raspanete dos fortes e os parceiros sociais ficam sem argumentos, se levarmos em linha de conta os mais fortes argumentos dos novos 'donos' de Portugal: aos senhores da Troika faz impressão que os portugueses continuem a fazer o mesmo estilo de vida, a irem de férias, a circular de automóvel por todo o lado e, em especial, a baterem recordes de afluência aos infinitos festivais de Verão que se realizam por todo o país nesta altura do ano...

Assim, em vez da mea culpa que se 'acreditava' que a Troika (mas alguma vez eles admitiriam que erraram?) iria fazer em função das metas não alcançadas (nem alcançáveis!), adivinha-se ainda mais austeridade (leia-se desemprego, pobreza e morte para muitos!) para os portugueses! A ver vamos! A SENTIR vamos!

domingo, 2 de setembro de 2012

O REGRESSO DAS HISTORINHAS


Tirar fotografias ao alheio às vezes pode ser arriscado...


Ele estava entusiasmadíssimo a tirar fotografias a uma miúda que se passeava pela praia à beira da água! É claro que fotografava com a lente de longo alcance, pois era um tipo de fotografia que não convinha ser feita em cima da fotografada. Por vários motivos... As pessoas não gostam de ser fotografadas por desconhecidos e muito menos nas circunstâncias de estar com pouca roupa... quer dizer, pouquíssima roupa!

Já tinha olhado em redor, parecia-lhe que a miúda estava sozinha, não notou sombra de namorado ou de amigos dela - aliás, a praia estava quase deserta de pessoas, o Verão já ia avançado... e toca de disparar a máquina!

Foi então que ele sentiu uma mão pesada e demorada no ombro. Virou-se para trás lentamente mas teve que olhar para cima pois a pessoa que lhe pousou a mão no ombro era alguém bem mais alto e corpulento que ele. E soou uma voz de trovão, que até fez estremecer as dunas da praia: - «Aquela miúda é a minha namorada!»

Ele encolheu-se! Estava feito! Fotografar a namorada de outro devia dar direito a um... tareão, no mínimo! Ele começou a balbuciar qualquer coisa mas as hipóteses de argumentar eram nulas... - «Eu estava só a fotografar as gaivotas...», embora nem se descortinassem gaivotas por ali.

- «Deixe-me ver as fotos» - e o indivíduo arrancou-lhe a máquina das mãos. Era agora que ele ia levar... nem reagiu! E o indivíduo corpulento começou a ver demoradamente as fotos que ele tirara da namorada dele... Quando fechou os olhos e se mentalizou para o murro que ia levar nos queixos que o faria voar 3 metros e aterrar de cabeça na areia, o indivíduo virou-se para ele e disse, num tom de voz suave:

- «Olhe, eu quero aqui umas quantas fotos... você é bom a fotografar... tem aí uma caneta para eu lhe deixar o meu e-mail para mas enviar?»