domingo, 28 de fevereiro de 2016

A ANDORINHA QUE ESCREVINHA EM PARÁGRAFO ALINHAVADO...


ANDORINHA, andorinha,
regressou do outro lado,
e no seu voo sublinha
quanto ele é abençoado
pois com o voar apadrinha
sempre com todo o cuidado
como quem escrevinha
em parágrafo alinhavado
que a Primavera caminha
num caminho adequado
seguindo uma estrelinha
que brilha por todo o lado.
(jag)



ILUMINANDO A NOITE...















Ilumina-me a noite
com infinitas luzes
se houver quem s' afoite
por onde conduzes
o teu nocturno brilho
então eu seguirei 
sempre neste trilho
em direcção à luz
e comigo levarei 
melodia que compus 
para te entregar 
ao ver a noite cair 
e o teu olhar brilhar.



sábado, 27 de fevereiro de 2016

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

SEREMOS TODOS NEANDERTAIS?















Quando ouvirem alguém a chamar alguém de 'Neandertal', saibam que quem chama pode ter razão. Parece que há por aí muitos genes neandertais misturados com os reconhecidamente humanos. Mas, afinal, quem seria mais humano? A verdade é que os neandertais até eram superiores ao homem em muita coisa. Por exemplo, a mulher tinha um papel fundamental na sociedade neandertal e não era subalternizada como na sociedade dos humanos. O ciclo menstrual da mulher neandertal (28 dias, ciclo da Lua) estava na base dos 13 meses em que dividiram o tempo. 

Eram místicos, adoravam a Lua Cheia e simbolizaram a aranha num símbolo semelhante à cruz suástica. Eram dados a símbolos e labirintos, em virtude com certeza do seu enorme cerebelo, parte do cérebro mais dado às coisas da magia e do misticismo. A prová-lo está a "flauta" (um fémur de urso com furinhos regulares, em escala diatónica) encontrada há 20 anos na zona que é agora a Eslovénia. Também tinham algum cuidado com a saúde, o que ficou provado pelas ervas medicinais encontradas nalguns fósseis.

Pelas descobertas divulgadas nos últimos dias, os neandertais (dados como extintos há 29 mil anos) e os homo sapiens (o homem de hoje) ter-se-iam envolvido sexualmente durante alguns milhares de anos, originando descendência abundante que terá chegado aos dias de hoje. Portanto, muitos de nós teremos com certeza muitos genes neandertais, o que, pessoalmente, até acho que não é mau, afinal eles pareciam ser bastante criativos e pelo menos respeitavam as mulheres, o que muitos dos humanos ao longo da história e hoje ainda não fazem.

A partir de agora se me chamarem "seu neandertal" quando estiver no meio do trânsito já não vou ficar chateado. Antes ser um neandertal inteligente que um homo sapiens burro. E se a mulher da imagem era a miss neandertal na altura até não está mal, apesar de não ser o meu tipo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

LUA E VÉNUS E LUA


TALVEZ AQUI M' ENCONTREM...

Porque os lugares são aquilo que deles fazemos...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

HOJE É DIA DO PENSAMENTO: POR ISSO NUNCA SE ESQUEÇAM DE... AGIR!


Pensa que pensa
e volta a pensar,
pela minha experiência
pensar é penar,
por isso não penses
e deixa fluir,
porque se pensares 
não chegas a ir
e quando acordares
não sabes sorrir!

Pensa que pensa
e volta a pensar,
segue a minha crença 
e deixa-te andar,
o que for há-de ser
e às vezes melhor,
se não pensares vais ver
que vais encontrar
um grande, grande Amor!

(jag)

sábado, 20 de fevereiro de 2016

A CONVERSA PERFEITA PARA UMA NOITE DE SÁBADO...


RITUAL DE SÁBADO



É Sábado, é Sábado 
não há despertador, que bom,
oito e  meia é boa hora
para colocar na TV o som
e ouvir as primeiras notícias, 
ora bolas, c'um caneco
morreu mesmo Umberto Eco, 
a rosa ficou sem nome...
mas eu acordei com fome, 
banho mais acelerado 
e depois cereais especiais.
A seguir o café matinal
e as gordas dos jornais.

Depois vem a mercearia,
comprar cenouras, batatas,
quiçá, um abre-latas,
para a lata de feijão,
não esquecer de ir ao pão
alentejano mal cozido
o Sol está sumido
mas não está muito frio
talvez um pouco de vento
ver se vou fazer fotos
ali embaixo, à maré
há por lá umas aves
grandes e raras até.

E depois do almocito
vou bater uma soneca
nestas coisas não hesito
até porque logo à tarde
há lançamento de livro
exposições de pintura
conferências e palestras,
mas a ver se me livro
de algumas coisas destas
não chego a todo o lado
isto de andar a correr
ao Sábado não dá
se for uma caminhada
ainda vá que não vá.

À noite deve haver futebol
Benfica, Sporting ou Porto, 
já estou a ver isto torto
por causa da arbitragem...
xiii, e agora me lembrei, 
que fiz à chave da garagem?
Tenho lá a minha viola
para tocar uma serenata
Mas que cabeça a minha, 
mas olha que se lixe
se a lógica é uma batata
nem me vou preocupar
afinal hoje é um dia fixe,
É Sábado, 'bora celebrar!

COM A MORTE DE UMBERTO ECO É UM PEDAÇO DE MIM QUE SE VAI TAMBÉM...














Com a morte de UMBERTO ECO é um pedaço de mim que se vai também. Desde  "Como se faz uma tese", passando pelo "Pêndulo de Foucault" a "Em Nome da Rosa", há muitos anos que Umberto Eco estava presente nas minhas leituras, em especial aquela que deu origem a um dos filmes da minha vida, "Em Nome da Rosa" (na foto).

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

JÁ UNS PAIS NÃO PODEM IR GANHAR O SUSTENTO NUM CASINO... HÁ LOGO UM FILHO QUE CAI DE UM 21º ANDAR















Era improvável! Era extremamente improvável que uma criança de cinco anos sozinha numa casa acordasse a meio da noite, chamasse pelos pais e, não os encontrando, os fosse procurar em algum lugar. Não conseguindo abrir a porta da rua, era também muito improvável que abrisse uma janela e mais improvável ainda que essa janela ficasse num 21º andar e a criança, quiçá ensonada e em pânico, se debruçasse à janela e... o resto já se sabe!

Para aqueles pais - talvez encharcados em Vistos Gold - tudo isto era extremamente improvável! Até porque eles tinham saído à noite para ganhar o sustento da família, quem sabe até conseguir um pequeno montante para pagar a uma baby-sitter.

Estes pobres pais devem estar destroçados. Acredito que sim! O que lhes aconteceu não se deseja a ninguém. Coitados, terem que trabalhar de noite e verem-se obrigados a deixar a filha pequena sozinha em casa. Tenho pena deles, tenho muita pena deles, especialmente porque parece que estavam a ganhar umas massas no Casino e tiveram que deixar o jogo e sair antes de tempo. Que chatice! 

Ninguém, mas mesmo ninguém deveria ser interrompido quando está a ganhar no Casino. Nem mesmo quando um filho cai de uma janela de um 21º andar no prédio mais luxuoso de Lisboa. Os polícias que os foram importunar deveriam levar com um processo disciplinar por interferirem nas "horas de sorte" do casal chinês!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O que mais me admira é haver tão poucas mães a suicidarem-se com os filhos...















Mães que se matam com os filhos ou que matam os filhos começam a ser casos cada vez mais frequentes. Dantes noutros países, agora também em Portugal. E com estas tragédias surge um vasto campo para determinadas pessoas - algumas com muitas responsabilidades nestas coisas - debitarem palavreado e encenarem cenários, passe o pleonasmo...

Longe de ser psicólogo, é bom de notar que muitas mães conservam com os filhos o cordão umbilical que os ligava. Talvez por isso as mães que se suicidam com os filhos não sejam assim tão criminosas como a sociedade e a comunidade rapidamente as acusam. 

Não há muitas notícias de pais que se suicidem com os filhos. Um pai não tem culpa de não ter um cordão umbilical mas pode ter outros cordões... e muitas vezes deveria tê-los, até porque se os tivesse provavelmente não aconteceriam estas tragédias de mães suicidas.

Onde há uma mãe, há um pai, e lá por vivermos numa sociedade machista, e neste caso concreto, não se deve ilibar alguém que apesar de estar ausente do crime pode ter responsabilidade moral.

As relações entre as pessoas não são o que eram até há poucas décadas. Muito menos nas cidades grandes. As pessoas perderam a identidade familiar e de comunidade. É uma expressão comum dizer isso, eu sei, mas é verdade. E sem o elo familiar e comunitário, as pessoas acabam por fragilizar e ligar-se a outras pessoas que se revelam (por vezes depressa demais) que não são as melhores companhias. E tudo se agrava quando as relações erradas produzem seres que não têm culpa nenhuma de serem depositados no centro de questiúnculas de irremediável resolução.

Estranho é sentir que determinadas causas provocam invariavelmente determinados efeitos. E quem já não se apercebeu que na presença de uma relação entre duas pessoas há algo ali que não funciona... ou que não vai funcionar por muito tempo. E o tempo acaba por dar razão: às vezes com ligeireza, mas a maior parte das vezes com violência, a qual pode chegar aos extremos que cada vez são mais frequentes na comunicação social, e, infelizmente, na vida das pessoas...

... por isso nisto tudo, o que mais me admira é haver tão poucas mães a suicidarem-se com os filhos...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

EU TIVE UMA VEZ UM GATO QUE SE CHAMAVA PESSOA...

















Eu tive uma vez um Gato 
Que se chamava Pessoa
E era como o retrato
Perfeito de uma leoa,
Porque o gato não era gato
Era afinal uma gata
E miava como quem entoa
Uma cantilena felina,
Eu tive uma vez um Gato
Que se chamava Menina.

As saudades desse gato
Que afinal era uma gata
São tão grandes que magoa
E eu fico sempre grato
Quando um miar m’ arrebata
E me traz à lembrança 
O meigar da minha Gata!

 (jag)

GOSTO DE GATOS PORQUE OS GATOS OLHAM-ME NOS OLHOS
















Tivemos alguns gatos em casa dos meus pais. Poucos. Lembro-me da Menina e do Amarelo, ainda eu era pequeno. O Amarelo porque era mesmo amarelo e vislumbro-o a escorregar nos braços da minha irmã mais velha quando no-lo deram. A Menina era mais franzina e a ideia que tenho dela era vê-la nos ombros da minha Mãe quando esta passava a roupa a ferro com um ferro de ferro e que levava brasas lá dentro. A Menina ali se equilibrava e a minha Mãe na altura muito alta poucos movimentos fazia para não a perturbar. A não ser de vez em quando, quando ela tinha que reabastecer o ferro de brasas.

Não me lembro o que aconteceu com esses gatos (ver se pergunto à minha Mãe ou à minha irmã), quando alguns meses depois nos mudámos para a casa onde os meus pais ainda hoje estão. Os gatos devem ter ficado na quinta onde os meus avós estavam.
Não voltámos a ter gatos em casa nos 15 anos seguintes. Por lá apenas passaram periquitos, frangos, galinhas, gansos pequenos, coelhos e até uma gaivota que recuperámos de uma ferida numa asa quais ambientalistas dos anos 70 e soltámos mais tarde na maré, depois de ela fazer um estágio na banheira.

Mas, voltando aos gatos: nos idos de 80 tivemos uma gata (que antes de ser gata, pensávamos ser gato e demos-lhe o nome de Adonis) a quem acabaríamos por chamar Doninhas. A minha Mãe adorava fazer-lhe judiarias e a gata gostava de nos observar do alto dos móveis ou dos armários da cozinha, em especial quando havia visitas em casa.

Um dia, a minha Mãe que bordava para fora recebeu umas senhoras, acopladas com os respectivos filhos pequenos e que gostavam de puxar os rabos aos gatos. Enquanto as donas visitas faziam aquilo que mais gostavam, que era dar à língua, a gata deve ter levado um puxão de rabo ou sentido ciúmes com a miudagem, e vai daí abandonou a sua habitual serenidade, assanha-se e salta de debaixo de um divã em direcção a um dos miúdos, qual felino na selva a atacar a sua presa, quando a minha Mãe, entre dois ou três monossílabos para as donas visitas que não paravam de parlar, se meteu entre o miúdo e a gata. Resultado: a gata agarrou-se com quantas garras e dentes tinha ao braço direito da minha Mãe e só o largou depois de levar com o cavalo de baloiço de madeira da minha irmã mais nova. 

Quando cheguei a casa, vindo da escola, ainda cheguei a tempo de ver o corredor e os móveis ensanguentados como nas séries de televisão sobre crimes. Conclusão: a minha Mãe andou seis meses em tratamento na Misericórdia, a gata serenou e por ali ficou como se não fosse nada com ela, e um dia mais tarde foi levada para um terreno que os meus pais tinham em Azeitão. Não me lembro depois o que lhe aconteceu, e também não me apetece perguntar à minha Mãe

Nunca mais tivemos gatos em casa. Durante muitos anos, alimentámos dezenas deles no tal terreno, e não sei como é que o meu Pai tinha paciência para fazer 30 km dia sim dia não para levar tachadas de comida aos gatos, que na sua maioria eram selvagens, à excepção de um o Risquinhas que era um meloso e tinha uma empatia especial com o cão que lá tínhamos, o Romy.

E pronto! Agora, gatos, só os de rua (os da foto), que me observam sempre que passo por eles, que se fazem às fotografias e me olham nos olhos! Como eu gosto! Sejam gatos sejam Pessoas! Mas, se algum destes é mágico, são com certeza os gatos e talvez uma ou outra Pessoa

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

HÁ 10 ANOS QUE ESTOU NA BLOGOSFERA



Hoje, 16 de Fevereiro de 2016, assinalo 10 anos de blogues. Tudo começou na noite do dia 16 de Fevereiro de 2006 quando, estando de serviço ao fecho da edição no Expresso, recebi um e-mail da psicóloga Teresa Paula Marques a divulgar o blog que acabara de criar. Com a sua boa influência, decidi que era nessa mesma noite que entraria na blogosfera: e assim foi! Com as dicas que a Teresa Paula Marques me deu, criei o 'Abralas' num site brasileiro limitado. Tão limitado que dentro de poucos meses, o blogue estava cheio e não me deixava postar mais nada. Criei, então, um 'Vislumbrando' no mesmo site. O objectivo era mostrar aquilo que eu gostava de fazer: textos, pensamentos, críticas e fotos (na altura poucas). 

Mas em Setembro de 2006 decidi avançar de uma vez por todas para o blogspot e criei o 'Fundamentalidades', com dois complementos: 'Comportamentalidades' e 'Privacidades'. Duraram até Fevereiro de 2007, quando o google me bloqueou o e-mail e o blog, ainda hoje não sei porquê. Imediatamente, criei o 'Fundamentalidades-2' e desdobrei-o por outros blogues mais temáticos: 'Uma história por dia', 'Uma foto por dia' e o 'In-discreto'. Com um aumento exponencial de audiência (chegou a 400-500 visitas diárias), este blog sobreviveu até Novembro de 2008, quando alguém me fez o favor de o sabotar (dois anos depois acabei por descobrir quem o tinha feito).

Em Dezembro de 2008 sentei-me finalmente n 'O Meu Sofá Amarelo', que se mantém até hoje e que vou reactivar de uma vez por todas. A ele associado, o 'Gestualidades'. Ainda criei outros blogues, mas alguns não posso revelar por causa da temática que tinham e outros estão criados à espera de um dia aparecerem, se for caso disso.

A entrada no Facebook em 2010-2011 veio alterar a minha relação com os blogues, em especial mais recentemente. E é isso mesmo que pretendo alterar a partir de hoje, anunciando o regresso aos blogues. Por enquanto, ainda sentado n'O Meu Sofá Amarelo'... com a máxima: "menos Facebook e mais blogues"!