O Partido Os Verdes vai apresentar na AR uma proposta de Lei que beneficie as mulheres vítimas de violência doméstica, possibilitando que estas - se forem funcionárias públicas - tenham mobilidade para se poderem afastar dos maridos que as violentam. E parece que será aprovado com os votos dos partidos de esquerda.
A ideia é boa, mas não seria preferível afastar os malfeitores em vez de afastar as vítimas? E afastar os que as maltratam era metê-los no sítio adequado: atrás de grades de ferro maciço e se possível sem verem a luz do dia... talvez assim 'clareassem' as ideias!
28 mulheres morreram em 2009 vítimas de violência doméstica, outras tantas estiveram à beira de semelhante sorte e 16 000 apresentaram queixa contra os maridos, companheiros, namorados. É mais difícil detectar e denunciar a violência que os namorados praticam sofre as namoradas mas ela não difere muito da que maridos e ditos companheiros utilizam.
Todos estes números pecam de certeza por defeito: a maioria dos maridos, companheiros, namorados que usam a violência contra as mulheres que lhes tratam da roupa, dos filhos, que limpam aquilo que eles sujam, que lhes aturam as bebedeiras e afins, que lhes fazem as refeições... usam a violência doméstica psicológica e física para conseguirem muito daquilo que pretendem. E não é sexo: é antes não terem que se preocupar com a lida da casa, nem com os filhos, nem com a roupa que tem que estar em ordem para eles vestirem, nem com as refeições que têm que estar fumegantes quando chegam dos copos com os amigos... é para se livrarem dessas tarefas "chatas" que muitos homens usam deliberada e ardilosamente a violência doméstica.
A maioria consegue manter esta situação, este paraíso para eles próprios, durante anos até que por vezes descambam e acabam por violentar de maneira irreversível quem deles cuidou durante tanto tempo... meticulosamente assassinos é a palavra certa para os designar mas são eles que menos sofrem: a (in)justiça tratará de ser benévola para com eles, e se forem detidos logo haverá amnistias e se inventarão bons comportamentos para os por cá fora e para eles refazerem uma vida... à qual não têm direito!
6 comentários:
Oportuna esta tua postagem Alex!Este tempo de violência é cada vez mais trágico mas... quem tem a culpa?
Isto Alex, tem raízes muito profundas na nossa "SOCIEDADE", e não é só de agora.
Sabes bem que a violência não é só física e que há quem a incentive, baseando-se em conceitos, que foram criados pela própria sociedade, em relação à maneira como se pode demonstrar "amor".
Sabes Alex, enquanto homens e mulheres não se mentalizarem que a liberdade requer respeito mútuo e responsabilidade... a violência não acaba e por vezes é incentivada na própria família
Bem pode pregar Frei Tomás...
A verdade é que em qualquer caso de violência conjugal ou não... é a vítima sempre a parte mais desfavorecida.
Basta olhar à nossa volta.
Boa semana
Maria
Alexandre
Felicito-te de pé, pela escolha do tema e pelo excelente texto!
É uma verdade que em caso de violência sobre as mulheres, como sobre as crianças, é a vítima que é afastada do seu ambiente e, é obrigada a mudar de vida(fugindo), para deixar de ser maltratada, sendo assim novamente vitimizada. O agressor fica, como se premiado fosse.
O que me choca, é saber que esse procedimento foi interiorizado como sendo o mais correcto e se eleve a proposta de lei, para que se cumpra, como se não houvesse outra qualquer decisão muito mais acertada.
É verdade que cada vez mais, a violência sobre as mulheres se pratica num tempo em que, hipoteticamente, é de conhecimento e paixão, o namoro. Cada vez mais, os actos de violência são mais cruéis e fatais.
Os motivos… nenhum que possa ser aceite! Mas qualquer explicação, passa pelo egoísmo, pela necessidade de poder e controle.
Mas ainda…. “ Nascem mudas as denúncias dos dias…” , por incrível que pareça.
Um beijinho
Caramba! é quase tudo o que costumo dizer.
Fico mesmo zangada por saber que são sempre as mulheres, as vítimas, que se têm de afastar do lar levando os filhos atrás sabe-se lá para onde.
Ficam sem empregos, ficam sem nada, além da recordação eterna dos maus tratos.
Mas não estou de acordo consigo quanto à causa, se fosse só isso...
Quanto a mim são provocados por maus carácteres, por imensa cobardia, por terrível crueldade.
Eventualmente foram, também, objecto de maus tratos enquanto crianças, ou viram-no fazer, ciclo vicioso difícil de sair.
Enfim...
é tema que não gosto de falar...
Continuo à espera da tua "visita" nos meus blogues, quando será?
Fica bem.
Vou estar de baixa médica quase 30 dias, não estou bem.
Beijos.
Sou contra qualquer tipo de violência, ficas ou verbal, no seio familiar ou fora dele e acho que deviam ser tomadas grandes medidas para a tentarmos minimizar já que culturalmente é e sempre será impossível acabar com a mesma!!
Não sei se repararam, mas este ano já morreram perto de 30 mulheres vitimas de violencia doméstica...
Eu costumo dizer que quem não se consegue afirmar pela via do diálogo, tem que se afirmar pela violência.
Podem não acreditar, mas eu já fui vitima de violencia de vários tipos por uma mulher...
Uma triste verdade e que não tem fim á vista nem legislação apropriada!!
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