quinta-feira, 4 de junho de 2009

TIANNAMEN FOI HÁ 20 ANOS... QUANDO A CHINA COMEÇAVA A DESPERTAR!

Só hoje li que afinal este homem que está em frente aos tanques (e que ficou conhecido como o Rebelde Desconhecido) não morreu nestas circunstâncias porque o condutor do tanque se recusou a cumprir ordens e a atropelar o manifestante (a foto é de Jeff Widener). Ufa... 20 anos para descobrir isso! Poderá ter morrido depois na sequência dos acontecimentos numa altura em que o Muro de Berlim ainda não tinha caído, em que em Portugal aspirávamos o dinheiro que vinha da Europa e os ordenados subiam vários dígitos ao ano (que saudades!), em que nos sentávamos no sofá apenas com uma empresa de TV à frente e o Benfica tinha sido finalista há poucos dias da então Taça dos Campeões Europeus... tudo isso acabou: o Muro de Berlim já não existe, os ordenados descem vários dígitos ao ano, a Europa fechou a torneira e o Benfica... bem o Benfica... é melhor não dizer! Ah, esqueci-me de dizer que eu tinha menos 20 anos (vocês também?) mas não sabia nem metade do que sei hoje... penso eu... se calhar continuo sem saber que nada sei (diferente do outro que sabia que nada sabia!). Bom, chega de confusão! Até logo!

4 comentários:

argumentonio disse...

toda uma era, foram 20 anos de intensa mudança, esperemos assistir a pelo menos tantas outras mudanças nos próximos 20, o que nem é certo, pois como dizia (rectius, diz!) o Poeta, nem tudo muda já como soía...

mas a bela fotografia, ícone dos tempos, é também uma fonte de curiosa perplexidade: um tanque de guerra é um bom exemplo das máquinas de morte à distância

tudo começou há séculos, talvez com a besta, aparelho que tornou maquinal o princípio ancestral do arco e flecha

aliás, o humano é o único ser que utiliza instrumentos complexos, em que a força é multiplicada - veja-se os antiquíssimos vestígios do simples "malho", alfaia agrícola composta por dois pedaços de madeira unidos por tecido ou fio

com a besta, a morte acontecia para lá do alcance visual do arremessador, protegido por uma "parede" de madeira

depois vieram os arcabuzes, a pólvora, pistolas, espingardas, metralhadoras, tanques de guerra, mísseis, bomba atómica e de neutrões, enfim, uma escalada de cegueira, para evitar a percepção imediata e próxima da morte alheia

o condutor do tanque, se dispara um balázio pode causar insensivelmente a morte a dezenas ou centenas de pessoas...

mas tem muita dificuldade em fazer abstrair o aparato sensorial e emocional de que é feito para carregar no acelerador e espezinhar o seu semelhante

somos feitos de gente, massa humana, coração - diz a prodigiosa fotografia!!

apesar de nos deixarmos enredar num sistema abstractizante, alienante, que procura desligar-nos da humanidade matricial de que somos constituídos, para atingir objectivos sem olhar a meios

a ver se nos lembramos disso mais vezes, Amigo

obrigado pelo oportuno e lúcido post

;->>>

escarlate.due disse...

curioso que eu também tinha menos 20 anos :P

esse 1º comentário da caixa foca um aspecto controverso
- morre um homem e ninguém lhe liga patavina, morre uma multidão desconhecida e todos ficam de luto
- por outro lado mata-se uma multidão na maior das calmas mas não se mata um homem
- curioso que quando se dispara sobre 1 multidão pode-se ser considerado heroi se apenas disparar sobre um homem é-se assassino
coisas estranhas da vida...

folha caída disse...

Não mais me esqueci desse terrível dia!
E dos que estão encerrados nos calabouços desse colosso onde os direitos humanos são uma miragem - a CHINA imensa, como é imensa a sede de
liberdade daquele povo mártir.

E o resto do mundo, as potências que apregoam democracia a rodos mas que nada fazem em prol daquele povo,( porque não lhes convém mesmo nada "levantar ondas" no mar dos grandes e benéficos acordos económicos ), onde estão? Convém-lhes serem cegos, surdos , mudos e fazerem de conta que são cordiais amigos dos tiranos que lideram a CHINA.
Eu não me esqueci daqueles que nessa altura eram mais ou menos da minha idade e que morreram esmagados. Mas a memória deste mundo de conveniências é muito curta...Por muitos minutos de silêncio que se fizessem, nada chegaria para render homenagem àqueles heróis!

Anónimo disse...

Podes crer que por muito que saibas ainda te falta muito para saber mais e irás desta para melhor sem saber... nada.
No entanto Alex... não partas senão eu choro.
Beijo para ti