segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

COM MAIS FECHO DE ESCOLAS GOVERNO MATA O QUE SOBRA DAS ALDEIAS PORTUGUESAS DO INTERIOR

Continuar a fechar escolas primárias no interior de Portugal - como foi anunciado hoje - é voltar a cometer um dos maiores erros a nível económico, social, cultural, patrimonial... um erro que eu não teria dificuldade em chamar crime... crime contra o próprio país e contra os portugueses!
Fechar escolas primárias nesse Portugal esquecido e abandonado é dar a machadada de morte em aldeias de onde saíram - há anos - as pessoas que construíram Portugal.
Fechar escolas primárias com o argumento da falta de qualidade em escolas onde há menos de 20 alunos é uma aberração, é desalojar as poucas crianças - e os poucos jovens pais que restam nessas localidades - do meio onde elas deviam crescer. É privar os pais e os avós dos filhos e dos netos mais de 12 horas por dia: as crianças não só deixam de interagir com os pais e com os avós - e vice-versa - como também quase perdem o contacto com irmãos mais novos ou mais velhos, com outros amigos, com a vizinhança e com a identidade de pertencerem a um lugar.

E atenção que as escolas sob as quais pesa o cutelo político da ignorância, da indiferença e da arrogância, não são todas em pequenas aldeias perdidas nas serranias... algumas escolas (nas fotos) ficam em vilas, como a da imagem, mais propriamente a de vila de Galveias, no Alto Alentejo, escola onde a minha avó paterna foi professora e a minha mãe aprendeu as primeiras letras. Se uma escola destas não tem condições vou ali já venho...


3 comentários:

Ana disse...

O interior está a desaparecer aos poucos e poucos, nem sei onde isto irá parar... e as escolas são todas boas porque a maioria sofreu obras nestes últimos anos.
Não sei se a regionalização resolveria alguma coisa mas no estado em que isto está precisamos (aqui) de um governo mais regional, que não pense só no litoral, de alguém que se lembre que o interior existe.
Duvido é que haja alguém no governo que tenha tal percepção.
Beijos

Mª João C.Martins disse...

Como se nas aldeias de Portugal, não existisse gente, ou não devesse existir...
mas, tudo aponta para que dentro de poucos anos, aqueles que agora vivem nas cidades, regressem às aldeias, retornem ao cultivo da terra que ainda está livre de betão, para semear a sobrevivência.
Pode ser que eu me engane, mas estas escolas que agora querem fechar, dentro em breve terão se ser reabertas.
a ver vamos...

Um abraço

Anónimo disse...

Aqui na terrinha estão a remodelar 2 das suas escolas primárias e a colocar paineis de energia solar para aquecerem as crianças. Mas é mesmo só para gastar dinheiro, pois ao mesmo tempo estão a construir uma mega escola primária para albergar todos os alunos das freguesias do concelho, que estará pronta dizem daqui a 2 anos. Há coisas que eu não cosigo perceber...

Beijinhos