segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

E OS PAÍSES ÁRABES AQUI TÃO PERTO!

Como se vê no mapa, Portugal não fica longe da
maioria dos países árabes...
nem longe fisicamente e em breve nem longe socialmente...

Lembro-me do Professor Adriano Moreira dizer nas aulas de Ciência Política que o império soviético (na altura) poderia cair de um momento para o outro. Nós, jovens alunos, ríamos pois se havia algo impossível de acontecer era a queda de Gorbachov e seus satélites. A verdade é que meses depois caiu o Muro de Berlim e os países comunistas começaram a cair um por um...
O mesmo em relação ao mundo árabe. Os tumultos sociais que começaram pela Tunísia e continuaram (e vão continuar) por outros países árabes são apenas o sintoma que nada no mundo é previsível: as questões sociais, económicas, e outras, de um mundo sobrelotado, são tão imprevisíveis como as catástrofes naturais. E, tal como se prova que o mundo não está preparado como os terramotos, para os tsunamis, para as cheias, para as secas, também ninguém está preparado para a revolução dos países árabes, que os cidadãos dos países ocidentais e do norte sempre viram como fornecedores de petróleo e outras matérias-primas e que sempre consideraram os seus habitantes como humanos de 3º ou de 4º classe.
Agora, este levantamento nos países árabes vem mostrar que lá - e não é assim tão longe! - vivem pessoas iguais a nós, com os mesmos problemas e com as mesmas angústias! Uma revolução semelhante à queda do império soviético vai (está a) acontecer, apenas não se sabe se o desfecho será semelhante ao de há 20 anos atrás... por mim, penso que não (aliás, vê-se que não!) e o mundo vai mesmo mudar muito nos próximos tempos!
Quanto a Portugal - e aos "adquiridos" brandos costumes - se calhar não são assim tão adquiridos, e a pasmaceira de hoje pode ser apenas o trampolim escondido para outros saltos... atenção ao Povo quando o Povo chega à situação de não ter nada a perder!

8 comentários:

Unknown disse...

Lá pelo Médio Oriente a revolução iniciou-se e será de todo impossível saber qual o se desfecho.
Muitas vezes mudam apenas de chefes mas as linhas de governo são as mesmas.
Espero que desta vez o povo tenha oportunidade de fazer uma boa escolha e não se deixar enganar por oportunistas sem moral nem princípios.
Parece que a revolução está a chegar à Europa e aqui somos nós a sofrer as consequências.
Em menos de uma década iremos sofrer grande modificações.......

lino disse...

Numa entrevista, há alguns meses, Gore Vidal afirmou, com argumentos que me pareceram credíveis, que dentro de duas décadas o império será uma ditadura militar. A ver vamos.
Abraço

O Puma disse...

Atenção

Nem todos os desertos são iguais

Virgínia do Carmo disse...

Concordo que o povo é imprevisível... Por ser anónimo e heterogéneo, é capaz de coisas que cada um dos seus elementos, isoladamente, não seria. :)

Sempre bom vir descansar a este sofá e reflectir um pouco... :)

Beijinhos

Ana disse...

Espero que a tão proclamada democracia chegue ao Oriente porque também merecem. a nossa está muito doente, moribunda mesmo. Mas isso somos nós que dizemos porque, para o nosso primeiro ministro, está tudo um mar de rosas.
Já cheguei à conclusão de que não vivo no mesmo país desse senhor.

CF disse...

Um texto que me arrepiou até à raíz dos cabelos... sobressai um ponto de vista muito interessante e com o qual eu concordo. A imprevisibilidade do ser humano e dos contextos é tanta que cresce em potência quando as massas se juntam. Se não vejamos o que tem sucedido no Egipto com o derrubar de poderes altamente enraizados!
O povo tem muita força, o meu receio é que nas revoltas não se olham a inocentes... é tudo culpado e vai tudo na mesma senda!!! é como nos tsunamis, não é verdade? Tudo o que estiver no "caminho" ......
Este texto tb fez-me pensar em nós, portugueses... não tarda, não teremos nada a perder. Esperemos não ter que chegar a esses extremos...
Abraço

Graça Pires disse...

Concordo. Quando o povo acorda não há serenidade que valha...
Quanto aos países árabes, o povo tem toda a razão e oxalá não acabe tudo num grande sofrimento.
Um beijo.

Mª João C.Martins disse...

Há uma força interior emergente, a explodir dentro dos homens. Uma espécie de convulsão colectiva que contagia e que nos faz acordar de um silêncio cada vez mais calado, submisso a um poder desmedido e alucinado.
Há uma guerra que há muito se teme, e que não será feita de armas, mas sim das palavras que são força e grito dos povos com vontade.


Beijinhos