Hoje em dia o voluntariado em certos aspectos pode ser considerado quase uma profissão para algumas pessoas, uma indústria por assim dizer. Muitos são os portugueses - e cada vez mais também brasileiros em Portugal - que se dedicam ao voluntariado a tempo inteiro: muitas dessas pessoas não disfarçam a sua origem pois cumprimentam-se entre elas apenas com um beijo na face, sintoma de serem oriundos de classes sociais mais altas.
Mas isso pouco ou nada interessa àqueles que realmente precisam de auxílio e que o vão conseguindo através destas pessoas e das instituições que muitas delas lideram.
No entanto, voluntários não são só aqueles que angariam fundos nos locais públicos, nem só os que limpam as praias ou as batinhas amarelas que vemos nos hospitais: voluntários são também todos aqueles que estão nos bastidores das organizações, que se dedicam à preservação do ambiente e da qualidade de vida, que reivindicam e protestam, e ainda - nestes quase ninguém fala! - os que passam muito do seu tempo cuidando dos mais velhos.
A este propósito refira-se que a idosa que foi recentemente encontrada morta no seu apartamento, 8 anos após a sua morte, é um caso que não teria acontecido se se fomentasse mais o voluntariado de acompanhamento e companhia de idosos.
Mas num país e com um Estado / Governo que cada vez se demite mais dos problemas sociais corre-se o risco de muitos dos que são voluntários agora serem mais necessitados dentro de pouco tempo do que os que eles ajudam agora!
O Meu Sofá Amarelo passou pelos Dias do Voluntariado que se realizou no Fórum Picoas, em Lisboa, e confirmou que há funções que exigem voluntariado quase a tempo inteiro, apesar de não serem remuneradas: é o caso de Susana Fonseca (à esq. na foto), Presidente da Quercus.
8 comentários:
O estado não substitui a sociedade nem a familia e a maioria dos idosos são abandonados pelos seus. A familia que não tiver tido ou tenha um caso destes que atire a primeira pedra.
bjs
No entanto, é algo que deve continuar a existir. Até pelo bem-estar que proporciona a quem o exerce.
Beijos.
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Tenho razões para ser muito céptico relativamente ao que se esconde por detrás de muitos voluntariados, mas não quero desinquietar os bem intencionados.
Abraço
Já vi das mais variadas situações de violuntariado... desde alguém que leva uma sopa quente a um vizinho, quase diariamente, porque este não tem meios de subsistência...de acompanharem idosos a consultas médicas... de irem marcar as consultas para aqueles em que a literacia é tão baixa que não saberiam desenrascar-se sózinhos... de irem a casa de idosos para apenas lerem as noticias do dia ou outras do seu agrado... enfim, tive o prazer de conhecer muitas destas realidades de voluntariado "individual" e espontaneo.
BFDS
Eu tal como o Lino também sou muito céptica em relação ao voluntariado...
Beijinhos
Falemos, então, de cidadania, para que a sociedade saiba existir enquanto tal,trabalhando em grupo e partilhando tempo e vontade para construir.
Eu acredito no serviço comunitário!
Acredito no prazer de servir a quem precisa - é um sentimento de solidariedade feito de coração...
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